sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ciclovia em Santos: um meio de transporte saudável e viável


Ciclovia em Santos: um meio de transporte saudável e viável

Ciclovias ligadas ao Guarujá e São Vicente favorecem uso de bicicleta como meio de transporte





Foto: Fernanda Simas, iG São Paulo
Pessoas voltam para casa pela ciclovia da orla da praia, em Santos
A cidade plana e o clima litorâneo de Santos, litoral paulista, favorecem o uso da bicicleta como meio de transporte. Por isso a malha cicloviária de 21 quilômetros fica lotada no fim da tarde de dias de semana, quando adolescentes voltam da escola e trabalhadores voltam para casa, alguns carregando os filhos pequenos.


As ciclovias em Santos foram a saída encontrada para a cidade que não tinha mais para onde crescer. Delimitada por cercas verdes, elas tem ligação com as cidades vizinhas São Vicente e Guarujá (por meio da balsa). Diariamente, chegam a Santos, entre 6h e 9h, 7.960 ciclistas. Entre 17 horas e 20h30, o movimento é intenso na saída da cidade. O fiscal de embarque da balsa Robson Correa Reis mostra que existem dois acessos para a balsa no fim da tarde, sendo um para os veículos motorizados e o outro apenas para as bicicletas. “Eu controlo [o fluxo] e se essa balsa não lota [de ciclistas] aí libero para os carros”.
O prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB) tem a intenção de criar condições para que a bicicleta seja protagonista da mobilidade urbana. “A bicicleta surge como uma ótima solução voltada para uma melhor qualidade de vida e para um meio ambiente melhor, com redução de emissões [de gás carbônico] por força do uso do petróleo”, justifica Papa.

Paraciclo, local para estacionar bicicletas, lotado
Quem usa a ciclovia aprova, mas aponta pontos que precisam melhorar. O estudante Ícaro Pita, de 16 anos, acredita que seria necessário drenar a água da pista porque “quando chove ficam várias poças”. Tati, que pediru para não ter o sobrenome divulgado, tem 25 anos, mora no Guarujá, trabalha em Santos e se desloca entre as cidades pedalando. Ela conta ser difícil encontrar um lugar para estacionar a bicicleta e enfatiza que os próprios ciclistas não se respeitam. “Tem gente que passa correndo demais, fazendo ultrapassagem. E não tem lugar para parar a bicicleta ao longo do trajeto”, diz, se referindo ao percurso que faz quando volta para o Guarujá.
Existem na cidade os paraciclos – locais para estacionamento das bicicletas –, mas eles ficam nos pontos de destino dos ciclistas e não ao longo do trajeto. Quanto ao desrespeito, isso realmente acontece. Pessoas andam e fazem manobras de skate na ciclovia e muitos ciclistas ultrapassam outros sem se preocuparem com quem pode estar vindo no sentido contrário.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos informa que realiza rondas de fiscalização e apreende a bicicleta que quem desrespeitar as regras de trânsito. Para reavê-la é necessário pagar R$ 25 ou participar de um curso gratuito sobre regras de cidadania e trânsito, na sede da Companhia.

Apoio do setor privado
O prefeito de Santos acredita que “o uso da bicicleta pode aumentar muito como opção e com ações simples”, principalmente se tiver o apoio do setor privado. Ele conta que no Dia Mundial sem Carro foi de ônibus para a prefeitura e encontrou duas vendedoras de um shopping que sempre vão para o trabalho de bicicleta. Elas disseram a ele que a dificuldade era não ter onde guardar a bicicleta no estabelecimento.
O problema foi resolvido, segundo Papa. “Eu sabia qual era o shopping e falei com o dirigente e converteram uma vaga de automóvel que não representa nada em um espaço tão grande em espaço para as bicicletas”. E conclui: “A questão do ciclista é: onde guardar [a bicicleta] com segurança. Isso independe só do poder público, é preciso visão, cultura do setor privado, de que é uma opção inteligente.”
Movimento começa a ficar intenso na ciclovia de Santos no fim da tarde



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